terça-feira, outubro 22, 2024
Planejamento Financeiro

Controle de gastos – você conhece o ralo que suga o seu dinheiro?

Em toda casa, carteira ou conta bancária existe um ralo sugador de dinheiro. Dentro desse ralo tem um monstro que se alimenta de todo o dinheiro que você despreza. Aqueles reais negligenciados que você nunca sabe pra onde foram. Se você trombasse com esse monstro por aí ficaria chocado ao perceber como ele engordou às suas custas.

O monstro é apenas uma brincadeira, mas eu falo sério quando digo que você (eu também e a maioria da população) desperdiça um bom dinheiro todo ano. Esse desperdício pode passar despercebido no começo – como uma torneira que pinga de vez em quando – mas o acumulado do ano faz uma enorme diferença.

Se você leu esse post aqui – Você sabe quanto você ganha? – já deve ter entendido que não há como se planejar sem ter registro daquilo que você recebe. Com os gastos a história se repete. Você precisa primeiro rastrear tudo aquilo que você gasta pra depois poder trabalhar com esses dados e se tornar organizado financeiramente. Por isso o controle de gastos é tão importante.

Sim, você terá que analisar os dados depois de registrar. Só anotar o que você gasta e esquecer em uma gaveta não ajuda em nada. Mas fique tranquilo que você não precisará anotar tudo para o resto da vida, a não ser que você queira, é claro. O registro das despesas serve pra que você possa realizar o seu orçamento mensal. E por falar em orçamento, você sabe o que ele significa?

Orçamento é uma estimativa, um valor que você estipula para os gastos. Você já deve ter ouvido falar em orçamento de obras né? Se você já teve a experiência de construir alguma coisa, sabe como é ruim quando a construtora te avisa que o orçamento não vai ser cumprido, que houve gastos inesperados ou que os preços subiram. Isso acontece também com as suas finanças e você deveria ter a mesma sensação ruim quando gasta mais do que o orçado.

Controle de gastos – comece a anotar tudo. Agora!

Entendido isso, você só tem uma coisa a fazer: começar a anotar tudo. Quando digo tudo é tudo mesmo. Aqui vale a mesma dica do post anterior, você pode utilizar o bom e velho papel ou algum aplicativo ou planilha de Excel. Eu sei que não é a coisa mais agradável do mundo, mas saiba que o tormento não será eterno. Se os seus hábitos de consumo não mudam radicalmente de um mês para o outro você pode ter preciosos dados com apenas um mês de anotações. Caso suas despesas variem um pouco mais, estenda esse prazo para pelo menos três meses.

Gastos Essenciais

Com os seus dados em mãos, vamos fazer uma separação em categorias. A primeira delas é de Gastos Recorrentes Essenciais. Mas o que são gastos essenciais? São aqueles que você não pode cortar de forma abrupta e que são importantes. Nos Gastos Recorrentes Essenciais entram aluguel ou prestação do seu imóvel, água, luz, internet e telefone, alimentação, transporte (aqui entra parcela do carro, gasolina, uber ou custo do transporte público), educação, seguro de saúde.

Na parte de gastos essenciais, o Thiago Nigro, em seu livro Do mil ao milhão sem cortar o cafezinho, inclui também um pouquinho de diversão, como streaming (Netflix, Disney+, etc…) ou algo que te faça bem. Até concordo com ele que pitadas de lazer são essenciais para que nossa vida seja mais agradável, mas não vale incluir a saída de todo o fim de semana e todos os streamings. Escolha com consciência, OK?

A segunda categoria é também de Gastos Essenciais, mas que são Sazonais. Aqui você deve incluir IPTU, IPVA, matrícula na escola ou material escolar, IRPF, seguro do carro, anuidade de conselhos profissionais e qualquer outro gasto do qual você não tem como se livrar de uma hora pra outra. Como esses gastos não acontecem todo mês tente lembrar de tudo que você já precisou pagar esse ano e do que ainda terá que pagar.

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Gastos Supérfluos

A terceira categoria é a dos Gastos Supérfluos. Aqui você vai selecionar tudo aquilo que você poderia viver sem, não gerando um impacto significativo na sua vida. Compras, pedidos de delivery, cinema, shows, um doce depois do almoço, jogos de futebol e tantas outras tentações que nos encontram pelo caminho. Aqui não adianta chorar dizendo que os itens são essenciais e que são indispensáveis para a sua felicidade. Colocar os itens nessa categoria não significa que você terá que eliminá-los, apenas que você precisa de um plano correto pra eles.

Terminada a categoria dos gastos nós entramos na parte da poupança. Se você já consegue poupar uma parte da sua renda mensal, eu só tenho que te dar os parabéns. Se você não consegue, fique sabendo que isso é temporário. O meu objetivo é tentar te convencer de que guardar dinheiro é a melhor decisão que você pode fazer na sua vida.

Objetivos

Na parte de poupança separe em duas categorias: a de objetivos de curto prazo e a de liberdade financeira. Se você ainda não tem isso bem definido não tem problema algum. Coloque tudo no bolo de poupança para objetivos que nos próximos posts eu vou esclarecer melhor como separar o seu dinheiro todo mês.

Aqui vale apenas um adendo. Quando eu me refiro a poupança eu não falo do produto que está disponível lá no seu banco e sim do dinheiro que você guarda todo mês. Não importa se ele está na poupança mesmo ou em outro investimento.

Agora que você anotou tudinho durante pelo menos um mês você vai somar tudo e descobrir se tem algum monstro se alimentando do seu dinheiro ou não.

Controle de Gastos
Controle de Gastos – você pode fazer com papel e caneta ou usar aplicativos e planilha excel.

Faça as contas e o controle de gastos

A primeira coisa que você precisa fazer é somar o valor dos Gastos Essenciais Sazonais. Depois você pegará esse total e vai dividir por doze, que é o número de meses do ano. Essa conta é necessária para saber quanto do seu orçamento mensal é impactado pelos gastos sazonais.

Agora some todas as outras categorias individualmente e depois faça a soma total, juntando tudo. Aqui você inclui também o resultado mensal dos seus gastos sazonais. Levou um susto? Eu espero sinceramente que não, mas se você ficou chocado com o valor final saiba que esse não é o fim do mundo. A consciência de quanto você ganha e quanto você gasta é o primeiro passo pra poder mudar o seu comportamento com relação ao dinheiro.

Pra finalizar esse post eu preciso pedir só mais uma coisa. Pegue o valor de cada categoria individualmente e divida pelo valor total mensal. Fazendo isso você terá a porcentagem que gasta em cada uma das categorias. Lembre que para transformar o valor decimal em porcentagem você multiplica por 100 e coloca o sinal de porcentagem % ao lado.

Depois de todo esse processo de controle de gastos a gente está pronto pro próximo passo (ou post). Te vejo lá.

Um abraço e até logo!!

Bruna Odppes

Livraria

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